quinta-feira, 11 de março de 2010

O ser

Eu sou um ser existencialista,hoje sigo meu caminho,vivo errante,faço parte de um circo.
Um circo,onde não tem platéia,onde não gozam dos prazeres alheios da vida.
Hoje a dança não me faz sentido,a música não ecoá tão suavemente aos meus ouvidos.
Hoje vejo tudo em preto e branco.
A cor que um dia me perseguia,me abandonou. O grito que era uma das coisas mais distintas que percebia nas ruas,sumiu.
Sumiu,pra minha dor e prazer.
Não sei se ao certo as cortinas se fecharam ou as luzes se apagaram.
Só sei que a platéia não me pertence mais.
E do que me adianta as estrepolias? As artes, a multiplicidade.Do que me adianta sem platéia?
Não há porque ,pois serei só um ser essencialmente sozinho.
Do que adianta o circo sem o sorriso de uma criança,sem um aplauso de um casal e sem a gargalhada dos senhores.
Estou no palco,mas nada me faz sentido.
Salve-me dessa ruptura do ser.
Me deixe viver,acenda as luzes,convoque uma platéia.
E venha ao espetáculo da vida.
Por que o circo chegou.
O tempo não para.
E a vida sem sorriso é tão sem graça .

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